O levantamento foi organizado pela Global Wildlife Conservation e publicado em um relatório conjunto com a WWF, ambas organizações não governamentais internacionais que atuam nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental.
Além dessas 29 espécies que os pesquisadores acreditam não terem sido catalogadas ainda, há outras que talvez não sejam totalmente novas, mas foram observadas pela primeira vez na região.
Entre os achados dos pesquisadores está uma tarântula vista, inicialmente, à noite pelo fotógrafo Andrew Snyder próximo às margens do rio Potaro. A aranha, que exibia uma tonalidade azul cobalto brilhante, estava numa árvore e está sendo chamada de "tarântula azul metálico".
O fotógrafo que registrou a imagem da tarântula descreveu em detalhes, em um blog da Global Wildlife, como foi o achado inesperado. Ele não descarta a possibilidade de ser uma espécie nova.
"O feixe de luz azul, de fato, não era o brilho do olho de uma aranha, mas sim o dorso de uma pequena tarântula. Passei anos fazendo pesquisas na Guiana e sempre prestei muita atenção às espécies de tarântulas. Eu imediatamente soube que essa era diferente de qualquer espécie que eu havia encontrado antes", relatou.
Os pesquisadores registraram outras imagens que chamaram a atenção, como a de um sapo com bolhas pretas no dorso.
Depois de mais de um mês desbravando a Guiana amazônica em 2014 e de anos de análises, os responsáveis pelo estudo afirmam que conseguiram fazer um dos mais completos e amplos levantamentos da fauna e flora do local.
O Parque Nacional Kaieteur e o alto do rio Potaro fazem parte de uma paisagem ainda pouco explorada.
Segundo a Global Wildlife afirmou no relatório, a região tem um enorme valor para a conservação ambiental, uma vez que concentra um expressivo número de espécies vulneráveis ou ameaçadas de extinção.
A área explorada pelos pesquisadores abriga animais como o jaguar, o galo da rocha, a mini-rã dourada, provavelmente da espécie Anomaloglossus beebei, e o javali de lábio branco.
Mais de 50% dos pássaros, 40% das libélulas, 30% dos mamíferos e 43% dos anfíbios da Guiana habitam a região onde os pesquisadores coletaram amostras.
"A Guiana é um dos países mais importantes do mundo para a conservação da biodiversidade, com a segunda maior porcentagem de cobertura florestal da Terra", escreveu a Global Wildlife Conservation no material de divulgação da pesquisa.
Para a organização, a biodiversidade na região foi naturalmente preservada pela histórica baixa densidade populacional. Ainda há áreas de difícil acesso.
Além disso, os pesquisadores salientam que o estudo também mostra a importância de preservar invertebrados, vitais para manter os balanços dos ecossistemas.
Fonte: BBC.com
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