O diagnóstico precoce do câncer de mama pode aumentar as chances de cura em até 90%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Nesta terça-feira, 01/10, o órgão deu início à Campanha Outubro Rosa 2024, conscientizando as brasileiras sobre o importante papel da prevenção para o enfrentamento da doença.
Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos da doença em 2024. A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Marina Cabral, médica radiologista, destaca a importância dos exames de rotina.
Além do câncer de mama, a campanha também visa o combate ao câncer de colo de útero. A estimativa do Ministério da Saúde é que, de 2023 a 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com o tumor, causado pelo papilomavírus humano (HPV).
"Quanto antes detectarmos essas doenças, maior a chance de cura. No caso do câncer de mama, se identificado no início, as chances de um tratamento eficaz são altíssimas, ultrapassando 90% em alguns casos", afirma Dra. Marina. Ela ressalta que, com exames simples como a ultrassonografia e a mamografia, é possível identificar a doença ainda em estágios iniciais, quando o tratamento é menos invasivo e mais eficaz.
A correria do dia a dia é um dos grandes obstáculos para que as mulheres priorizem a própria saúde. Segundo Dra. Marina, muitas mulheres deixam os exames de rotina em segundo plano, em função das demandas familiares e profissionais. "Entendo que é difícil conciliar as responsabilidades do trabalho e da família, mas é essencial que a mulher reserve um tempo para cuidar da sua saúde. A prevenção é o melhor caminho", reforça.
Outra questão abordada pela especialista é o desconforto que algumas pacientes relatam ao realizar exames em clínicas que não possuem médicas mulheres.
"Muitas mulheres se sentem inseguras ou desconfortáveis ao fazer exames em ambientes onde não há uma mulher presente. Recebo diversas pacientes na minha clínica destacando o diferencial que é poder passar por um exame ginecológico com o cuidado e amparo de outra mulher", conta.
A médica também pontua que o acesso aos exames preventivos ainda é um desafio para muitas mulheres do interior do estado. "As distâncias e a falta de acesso a serviços de saúde são problemas que precisamos enfrentar. Muitas mulheres do Mato Grosso do Sul só chegam aos centros de referência com a doença já avançada, o que diminui consideravelmente as chances de cura", alerta.
"As mulheres precisam se priorizar. Cuidar da saúde é um ato de amor, não só por elas mesmas, mas por todos à sua volta. O diagnóstico precoce salva vidas. Quando ela decide se priorizar, todo o entorno acaba sendo beneficiado", finaliza.
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